Violência contra crianças e adolescentes cresce quase 80% em Minas Gerais

No primeiro mês de 2024, uma menina, de 12 anos, foi encontrada morta no passeio de uma rua na capital mineira

Violência contra crianças e adolescentes cresce quase 80% em Minas Gerais

Psicólogia orienta como identificar sinais de agressão Reprodução/Pixabay O número de violências contra crianças e adolescentes cresceu quase 80% em Minas Gerais em 2023, quando comparado com o ano anterior. O levantamento considera violências físicas, psicológicas e sexual. No primeiro mês de 2024, o cenário não parece ser diferente. Na semana passada, uma menina, de 12 anos, foi encontrada morta no passeio de uma rua na capital mineira. Nesta semana, um fotógrafo foi preso, na Grande BH, suspeito de abusar de crianças e adolescentes.  • Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu Whatsapp • Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo Telegram • Assine a newsletter R7 em Ponto Em 2023, o número de violações físicas, psíquicas e sexuais contra crianças e adolescentes de 0 a 17 anos subiu 79,3% em relação a 2022. Os números, que estão disponíveis no Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), foram de 67.310 para 120.688. Uma média de mais de 330 violações por dia.  O levantamento inclui denúncias feitas pelo Disque 100 e também ocorrências registradas por forças de segurança pública. Para a diretora Estadual de Políticas para Crianças e Adolescentes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, Eliane Quaresma, o aumento é reflexo da pandemia.  “Nós tivemos um momento de isolamento social, onde crianças e adolescentes ficaram muito no seu convívio familiar. A grande incidência que temos de violações é exatamente no convívio familiar. Ela não tinha lugares para recorrer", afirmou Campos. Para a psicóloga Camila Fardin Grasseli, a violência também é um reflexo da pandemia e, durante as férias, há uma tendência dos números aumentarem. "É sempre registrado que, no período de férias escolares, esses casos aumentam porque as crianças estão em casa. Os pais estão com menos tolerância e, desde a época da pandemia, todo mundo vem vivendo uma situação de muita insegurança. Isso ainda não está resolvido. Pais e crianças vivem uma insegurança emocional desde então", explicou a especialista.  Veja também Rio de Janeiro Menino de 8 anos é agredido pelo vizinho por causa de patinete na Baixada Fluminense Minas Gerais "Um amor de pessoa", fala avô sobre neta de seis anos morta com tiro no rosto Minas Gerais Justiça converte para preventiva prisão de suspeito de matar menina em BH Entre as violações registradas no estado, 44,2% foram de violência física; 39,9%, psíquica; e 3,87% sexual. Mais de 50% das vítimas são meninas. A psicóloga Camila Fardin Grasseli orienta como identificar sinais de que a criança ou adolescente esteja sendo vítima de algum tipo de violência.  "Ele se torna uma pessoa mais agressiva, mais arredia, especialmente ao toque, ao abraço. A gente pode reparar também, dependendo da violência, marcas pelo corpo que a criança vai tentar esconder. Além desses sintomas, também pode apresentar falta de sono, falta de apetite, uma apatia, deixa de fazer coisas que ele gostava. Esses são sinais que podem demonstrar que está acontecendo alguma coisa em casa", detalhou a psicóloga. A especialista também faz um alerta que a violência sofrida na infância e na adolescência pode interferir na fase adulta. A vítima pode reproduzir a violências sofridas, além de desenvolver vários problemas emocionais, como depressão, autoimagem negativa, medo e agressividade.  Casos em 2024 No primeiro mês de 2024, o corpo de uma menina, de 12 anos, encontrado no passeio de uma rua de BH chocou os moradores da capital. Uma câmera de segurança registrou o momento que a adolescente chega na casa de Davi Martins Santos, de 25 anos. Horas depois ele sai com a garota no colo e a deixa na calçada. O SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado ao local e constatou a morte. A Justiça de Minas Gerais decretou a prisão preventiva do suspeito e a Polícia Civil investiga o caso.  Nesta terça-feira (23), a Polícia Civil informou que indiciou um fotógrafo, de 42 anos, por abuso sexual de uma criança, de 10 anos. O crime teria acontecido durante um ensaio fotográfico. Outras oito vítimas também denunciaram o suspeito pelo crime.